Berço

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Em muitos casos, o gosto – ou a influencia para ele – vem de casa. Ou do berço, pode-se falar. Tenho passado pelo situação de ajudar a formar o gosto musical de uma criança. Experiência interessante, e difícil também!

Ontem, tive o prazer de apresentar pra minha pequena preferida a musica de hoje. Experiência única, que me fez gostar ainda mais dela.

Enjoy!

Dia de convidada!

Hoje o Musique tem uma convidada muito especial! É a Amanda, que está sempre nos incentivando, compartilhando e degustando os nossos sons. Ela, assim como a gente, acha que a música dá o tom certo pra vida! Brigada querida! Emocionei com o texto!
A vida não erra! E tem sempre suas razões.

Por Amanda Rocha Leite

Pra mim, as músicas, assim como as pessoas, nos encontram nas horas em que a gente mais precisa. Mas… nem sempre estamos preparados para esses encontros.
A primeira vez que ouvi o som do Wado, através do Musique à trois, tive a mesma sensação que a Yuri: a de que eu teria que ouvir de novo pra me acostumar.
A vida passou, correu na minha frente, e o som do moço foi ficando de lado.
Depois disso, conheci uma pessoa que me reapresentou ao Wado num momento muito especial e, apesar de ter sido um encontro breve, a música, assim como a pessoa fez toda a diferença. E quando me dei conta, lá estava o moço fazendo parte da minha trilha sonora.
Digo isso porque querendo ou não, a vida da gente tem trilha sonora! Pra mim, cada memória vem acompanhada de um perfume e de um som. Poder ouvir a trilha sonora da sua vida é poder reviver cada momento, várias e várias vezes. E isso é mágico!

A vida é uma estrada que nem sempre nos leva para onde queremos. Mas sempre nos deixa nos lugares em que precisamos estar, para que os encontros certos possam acontecer. Afinal, a vida não erra, e tem sempre suas razões.

.com.br

Esses últimos dias tenho pensado muito em .com.br, e em como a grande maioria das músicas que posto aqui são internacionais. Não que eu não goste de MPB, apenas que realmente não é o que predomina na minha playlist…  Mas querendo fazer um post sobre MPB hoje, pensei: qual seria a banda brazuca que mais me influenciou?

Ai.

Eu não cresci com esse som em casa, uma vez que meu pai nunca curtiu e minha mãe não ligava muito pra música. Então posso dizer com certeza que a primeira – e talvez única referência de MPB que eu tenha tido em casa quando criança foi o Toquinho – ídolo, maravilhoso. Amo amo amo. E foi o amor por ele que me levou até Vinícius. Gente, Vinícius. Muso. E foi então que eu aprendi que música brasileira tinha representantes da melhor qualidade, e que falar que MPB perde pra qualquer movimento londrino é ignorância no assunto.

Se eu fosse descrever tudo que descobri de MPB depois que comecei a ter o desejo de conhecer mais a música da nossa terra, esse post não ia ter fim – claro, até hoje eu sempre esbarro em uma coisa nova. Algumas pessoas são dignas de nota, como Lenine que mudou minha vida (gente, Lenine!Lenine!). Mas hoje não é dia de Lenine. Hoje é dia de Los Hermanos.

Por que Los Hermanos? Acho que porque Los Hermanos foi a banda que fez o som que eu gosto aqui. Ou pelo menos a primeira que me mostrou que dá pra fazer um som alternativo em português, sim. E muito bom.

As músicas são foda, as letras são lindas, e as referências cariocas nem me incomodam – aliás, durante algum tempo eu tinha certeza que qualquer dia desses que fosse dar um passeio no Rio ia acabar encontrando eles (todos juntos) passeando por lá, e sentar e tomar alguma coisa.

Eu ainda não sentei num buteco com o Los Hermanos, mas eles participaram de momentos ótimos da minha vida, inclusive de alguns shows incríveis.

Eu achei que escolher uma música só pra colocar aqui fosse ser muito difícil, mas nem foi. Porque se eu for escolher um álbum, eu escolho o Ventura. E se eu for escolher uma música, Último Romance.

Because of reasons.

o mundo é um moinho

Sem muita dúvida, posto hoje música de um álbum muito querido, o ‘Suíte Brasil’, de Tabajara Belo & Bruno Pimenta. O disco, todo em uma harmonia suave entre flauta e violão, apresenta um lindo repertório exclusivo de compositores brasileiros, como Pixinguinha, Hermeto Pascoal, Cartola, Milton Nascimento e Edgberto Gismonti. Este último, autor da música que escolhi. Nas palavras deles:

“Em seu CD de estréia, Suíte Brasil, o duo redefine a síntese melódico-harmônica consagrada no formato flauta e violão e evidenciada na vasta rede de ritmos e danças que formam a cultura musical do país. Com um padrão harmônico influenciado pelo que há de melhor na música de Minas e com confessa reverência à tradição do choro, samba e gêneros afins, os dois músicos traçam renovada releitura da canção brasileira, numa instigante combinação de beleza timbrística, simplicidade e virtuosismo.”

Dá pra ouvir mais algumas músicas do disco no myspace da dupla! Olha, vale, viu?

Bom proveito, bom descanso…

Uma orquestra um tanto quanto misturada

O som de hoje se chama Misturada Orquestra. Conheço o som deles há muitos anos, já fui em dois shows. Adoro. Criativo e brasileiro.

Aqui vai um release da Orquestra:

A “Misturada Orquestra” é formada por instrumentistas, compositores e arranjadores de uma nova geração de músicos mineiros, coordenados pelo músico e professor Mauro Rodrigues. Os une a paixão pela música e a busca de uma sonoridade para suas composições e performances. A instrumentação é bastante variada incluindo instrumentos da formação tradicional de uma orquestra como flautas, trombone, trompete, saxofones até outros menos comuns com violões, guitarras, bateria e uma gama bastante variada de percussão. 
Os músicos vêm trabalhando juntos, regularmente neste projeto desde 2005. A “Misturada” tem sido, neste período, um profícuo laboratório de composição, orquestração, improvisação e performance, possibilitando o desenvolvimento de uma sonoridade original. A instrumentação inusitada oferece muitas possibilidades de experimentação de cores e texturas, possibilitando a inclusão de uma gama bastante variada estilos e sonoridades.
O repertório é predominantemente autoral incluindo alguns arranjos feitos especialmente para a “Misturada”, de peças de referência para a proposta musical, de compositores como Jobim, Charlie Parker, Hermeto Pascoal, Geraldo Vandré, Milton Nascimento, Toninho Horta, entre outros. 
Em 2011 lançaram seu primeiro CD e contaram com a participação de Toninho Horta, Chico Amaral e Benjamim Taubkin.

Procê ver, a proposta é boa!

Desse album novo, escolhi Casa Nova, de (João Antunes) arranjo: João Antunes/ solo (piano): Benjamim Taubkin (part. especial).

Mas o album ta todo no ar pra quem quiser escutar!
Bão!

Música, amiga

Uma música às vezes é como uma boa amiga. Ela entende exatamente o que você está sentindo. Ela fala o que você quer – ou às vezes precisa – ouvir. Ela te convida a desabafar, seja gritando junto da letra que diz aquilo que você queria dizer, seja ajudando a fazer o choro sair fininho.

Como uma boa amiga, é sempre bom reencontrar aquela música que você não ouvia há algum tempo. Ela traz lembranças de uma época que passou, de uma forma que uma foto, por exemplo, não consegue fazer. Ela traz sentimentos, sensações. Ainda mais se ela vem de surpresa, numa rádio, numa festa, e transforma aquele momento, alegra aquele dia.

Meu dia foi transformado com uma música que tocou muito uns 10 anos atrás, na época de uma viagem que eu fiz. Quem lembra do Semisonic?

Semisonic é (era?) uma banda americana formada nos anos 90, que fez sucesso no fim da década e tentou seguir carreira nos anos 2000, sem muito sucesso. Não que nos anos 90 eles tenham feito muito sucesso. Aliás, acredito que a maioria das pessoas nem conhece o nome da banda que canta o hit deles, Secret Smile (que nem chegou a entrar em nenhuma lista do estilo mais tocadas).

Não mudou minha vida, não marcou um momento importante, nem foi minha música preferida da época. Mas nesse fim de semana, Secret Smile me pegou de surpresa e me levou pra um lugar que eu não ia haviam muitos anos. Quem sabe ela não faz o mesmo com você?

Boa terça!

docinho

Depois de muito tempo, enfim algo novo! Pelo menos no meu mundo musical… Passei uma semana ouvindo a radio mix  do site LastFM. É uma ferramenta super interessante: ele pega as músicas da sua biblioteca do iTunes, já com a informação das que você mais escuta e monta uma rádio misturando suas preferências e novidades que combinam com seu gosto.

Assim conheci a banda ‘Doces cariocas’. Um encanto! Som gostoso, levadinha bem humorada numa banda formada por um tanto de músicos muito competentes! Achei esse textinho falando do disco deles nesse site:

“Músicos independentes se unem para lançar um selo musical, Abacateiro, e com ele o álbum “Doces Cariocas”. A boa idéia rendeu um bom resultado.

“Tem outros doces cariocas. Biscoito fino, quem quiser provar”. Esse é o trecho da música que dá nome ao grupo, a terceira do álbum, que transmite o espírito do CD. Para fãs da música brasileira, uma ótima oportunidade de experimentar e se surpreender.

O disco é uma mistura de ritmos brasileiros, que incluem batuques nordestinos e bossa nova. O álbum abre com “Quanto Tempo”, nas vozes dos músicos Alexia Bomtempo e Pierre Aderne, que são acompanhados por cavaquinho, cuíca e pandeiro.

Um dos destaques do álbum é a canção “Blackbird e Asa Branca”, que mistura a música dos Beatles com a de Luiz Gonzaga. Novamente Pierre Aderne empresta sua voz, desta vez acompanhado de Marcelo Costa Santos. O músico Wilson Simoninha também participa da festa e com Pierre e Marcelo canta na música “Feito a Mão”.

Além dos músicos citados, participam do projeto Alvinho Lancellotti, Dadi, Domenico, Felipe Pinaud, Ingrid Vieira, Lancaster, Luis Carlinhos, Mauro Refosco, Pretinho da Serrinha, Rafael Nunes, Rogê e Silvia Machete.”

Pra hoje, escolhi a fofa “Feito a mão”

A palavra é som

Hoje é inevitável escrever sobre outra coisa que não seja o festival que ta rolando aqui em BH, o Palavra Som.

Festival da canção contemporânea.

De todas as coisas que estou ouvindo atualmente, metade estão tocando neste festival. Mel prazer para os meus ouvidos.
Para saber mais sobre o festival, o que está rolando, e quais oficinas foram dadas, acesse aqui.
Eu podia explorar de várias formas os artistas que estão tocando, mas resolvi falar de um show que vai ter hoje, o do Alexandre Andrés, aquele da inesperada curva! =)

Desde o dia que fui no show, escuto uma música ou outra dele, sempre, de manhã, pra já fazer o dia ficar mais suave, mesmo que não seja essa a toada.

Então hoje, eu deixo aqui, Floresta, que tem tudo que eu amo numa música, instrumental perfeito, suavidade, música que cresce. Eu fecho os olhos e vagueio.

E hoje vou me deleitar, esperando ouvir, o que foi uma das mais belas canções que já ouvi, Um som azul …

Rock Saved My Life #1

Tudo começou quando eu vi um fake do line-up do SWU desse ano falando que ia ter MUSE (MUSE!) e, conversando com um aluno, disse pra ele uma coisa que eu nunca tinha pensado: depois do Radiohead, Muse era o show que eu mais queria ter a oportunidade de ver ao vivo. Isso me fez pensar em todas as músicas que não vêm parar aqui porque são conhecidas demais (por mim, que escuto desde sempre) mas que merecem um post, dois, dez. Se Mando Diao mereceu uma semana, como quantificar a importância de Radiohead na minha vida? Fazendo o Mês do Radiohead? O ano?!? Só o fato de eu ter falado com Thom Yorke na praia no Rio merece um post especial.

Então estava eu nessa trilha de pensamento quando fui interrompida pelo mesmo rapaz que disse que a banda preferida dele era Foo Fighters e que ele estava triste de não ter ido no Loola ver. Como eu sei que às vezes as pessoas ficam muito presas em música que vem de bandeja e fazem pouco ou nenhum esforço pra descobrirem coisas que fogem – mesmo que seja só um pouco – disso, perguntei se ele conhecia algum projeto paralelo do David Grohl, contei pra ele quem era Josh Homme e porque eu achava que ele ia curtir ele também, e no fim falei pra ele procurar Them Crooked Vultures e Eagles of Death Metal. Se você está acompanhando meu pensamento, nessa hora você está pensando: “como assim você não falou pra ele escutar Queens of the Stone Age?’. Eu sei. Shame on me. Mas foi por causa daquilo que comentei antes: pra mim é tão óbvio que eu esqueço que pra outras pessoas nem sempre é.

Com isso decidi fazer um post de Queens of the Stone Age. Mas como fazer UM post? Como escolher UMA música? Não dá.

Eu poderia ter pulado todo esse devaneio, mas achei que saber que uma música aleatória veio até a mim depois de passar por Muse, Radiohead, Them crooked Vultures, Eagles of Death Metal e Queens of the Stone Age conta pra alguma coisa – ou pra você escutar com um pouco mais de atenção, ou pra já saber que não vai curtir.

A música é Homo Sapiens e a banda The Cooper Temple Clause.

Take my hand, I’m standing right here

 

Hoje o post é uma homenagem ao show do Bob Dylan. Dês que saí de lá, não tiro o Tom Waits da cabeça…

Cresci vendo as capas do disco dele em casa, ouvindo vez ou outra essa voz estranha. Ficou mais grave quando minha então professora de ballet começou a colocar músicas do dito cujo nos exercícios que a gente fazia na aula. Mas a paixão foi quando descobri que ele fazia pontas em alguns filmes, e tinha acabado de fazer no ‘Drácula’.

É sim uma voz estranha, arrastada de um jeito muito envolvente, numa levada muito gostosa…