Puro deleite

O jazz pra mim é do tipo de música que mexe com os prazeres.

“É muito deleite pra uma música só”. É o que penso quando escuto algumas músicas de jazz.

As que me deixam mais “louca” são aquelas mais agitados, os fusions, os soul-funk-jazz. Sei lá como chamar isso.

John Scofield pra mim é um dos melhores guitarritas de jazz da atualidade. Começou a tocar em 1970, no colégio, e tem mais de 30 álbuns lançados. Haja talento!

Hoje escolhi uma música de um álbum muito especial pra mim, pois foi o álbum que ele fez com o trio Medeski, Martin and Wood. Esse trio me fez ver o mundo do fusion com outros olhos, mas isso é outra história. E amúsica é a que dá nome ao álbum, A go go. Apesar que esse é um disco daqueles pra se ouvir da primeira à última.

 

Na onda do Jazz!

Uma canção de ninar para uma terça de chuva

Composta por George Shearing – um pianista britânico de jazz – em 1952, é um clássico e definitivamente a mais famosa deste compositor. Com letras pelo americano George David Weiss, Lullaby of Birdland já foi regravada inúmeras vezes tanto em sua versão instrumental quanto cantada. Eu pessoalmente prefiro a última.

Enquanto foi fácil escolher a música de hoje, escolher a intérprete foi um pouco mais difícil. Um clássico na versão de Ella Fitzgerald, ou uma versão mais “pop” com Amy Winehouse?

Acabei por não ficar com nenhuma das duas e preferi a versão mais doce da americana Chris Connor.

“Suave como manteiga.”

até o fim

O post de hoje nem tem muito a ver com o show que teve do Ney ontem em Brasília – e eu não fui. Um pouquinho foi a inspiração sim. Na verdade a escolha tá relacionada a frase linda: “Eu já nem lembro pronde mesmo que eu vou, mas vou até o fim”. Os últimos anos têm sido assim: errantes. Cidades, casas… cães. Ontem tive a incrível surpresa de ver como tomar uma decisão dolorosa pode acabar desatando alguns nós, acaba fazendo as coisas correrem com mais naturalidade. Mas ainda assim dói. E muito.

Uma coisa muito especial nessa versão é como juntou dois monstros sagrados da MPB num entrosamento impressionante. Coisa mais linda, mais inspiradora. No jeitim de colocar a semana pra correr.

Bom, o que resta agora é acreditar que tudo flui para uma direção. Isso ajuda a seguir adiante. Ajuda a ir até o fim.

Seja ele qual for :]

Venta no cerrado?

Nessa época do ano venta no cerrado e chove sempre no final da tarde!

 

Não, não vou falar sobre o clima do Brasil neste post. Vou falar sobre a atmosfera de um músico, isso sim!

Maurício Ribeiro. O currículo desse moço é extenso. E bonito. Já vi o Maurício tocando num Conexão Vivo e achei muito bom o som.

Esses dias, eu como boa ouvinte da Rádio Inconfidência, tava lá me deliciando com a programação, quando ouço a música “Ventania no Cerrado”, que dá nome ao álbum do Maurício, lançado em maio deste ano, mas resultado de um trabalho que começou em 2005. Ouvi a música uma vez, lembrei que já conhecia o trabalho, gostei de reouvir. Dias depois ouvi denovo, gostei mais ainda. Não tinha como não postar!

 

Este trabalho do Maurício reflete sua intensa observação e passeios da cultura brasileira e da diversidade musical do país.

Me lembra boas coisas essa música …

O menino e o urso

 

E de repente você escuta uma música que nunca tinha escutado antes, mas que você gosta. De primeira.

Foi assim com The Decemberists (de quem eu falei num post há um tempo atrás, e que agora tá tocando direto no rádio com a música Down by the Water, apesar de que eu ainda prefiro Rox in the Box), e foi assim com Boy & Bear.

Pode falar que é folk? Pode. Primeiro pela auto-descrição deles no Facebook (Boy & Bear is happy. Boy & Bear is Tambourine. Boy & Bear is good for you.) – que eu super concordo; segundo, porque ouvi dizer que eles estavam abrindo shows da Laura Marling (não falei nada dela aqui no Musique ainda? Que gafe) e pro Mumford and Sons (que acho que todo mundo conhece).

Mas não se deixe enganar pelo folk. Eles ainda são uma banda indie (vide foto e Facebook) e mais, são australianos. Uma banda folk-indie-australiana com 2 álbuns de estúdio – With Emperor Antartica, de 2010 e Moonfire, de 2011.

Quis saber um pouco mais sobre a banda – mesmo pra poder escrever aqui – mas não achei muita coisa. Um site simples, uma página no Facebook, e dois CDs com músicas boas.

Gostei especialmente de Fall at your Feet (que acredito ser um cover do Crowded House) e Feeding Line, a música de hoje do Musique.

 

um pouco mais de paciência

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Paciência. Hoje estava em duvida entre varias musicas para postar: umas mais alegres, outras verdades supremas da minha vida. Acabei escolhendo uma que é a cara do fim de semestre: a linda “Paciência” do Lenine.

Paciência pra terminar o que tem que escrever, paciência pra encontrar uma casa, pra descobrir o que é, pra deixar ir e esperar voltar. Paciência. Paciência pra resolver um probleminha de cada vez: réveillon, visita pra amiga querida que tá indo pra Espanha, pra esperar e fazer tudo que se deve.

Um pouco mais de paciência.

Voz tem poder Fabiana Cozza …

Voz tem poder.

Poder de um tanto de coisa. Poder de fazer a gente sentir a força do chão, poder de fazer sentir a força da emoção.

A voz da Fabiana Cozza é assim.

Mas ela ainda consegue cantar suave samba.

O show da Fabiana Cozza no dia 13 de novembro vai ficar na minha memória. Nunca vi alguém cantar com tanta força e garra como ela. Deu arrepios. Nunca vi uma interpretação com tanta incorporação como foi a de Canto de Ossanha. Não dá pra explicar. O video abaixo não representa tudo que a gente sente quando ela canta essa música no palco.

O álbum novo lançado é primoroso, a Fabiana está com uma voz cada vez mais sólida e uma banda cada vez mais entrosada. A música que eu escolhi foi Santa bamba, de Kiko Peranzzetta e Paulo César Pinheiro. No show, foi uma das que mais me encantou.

Enjoy!

Depois do fim

“O R.E.M. marcou o ponto em que o pós-punk virou rock alternativo”. Assim começa no AllMusic a descrição do R.E.M., uma banda que nunca chegou a ser uma preferida, mas que eu gostei consistentemente ao longo dos anos.

Do início da carreira deles, ao boom do início dos anos 90, à formação do trio e o fim da banda em setembro desse ano, saiu muita coisa boa. Conheço algumas das mais antigas – The One I Love, Bad Day, Shiny Happy People – todas clássicas e deliciosas, e conhecidas de  inferninhos cults por aí (ai, minha época de Obra…). Admito que do que saiu nesse século não conheço muito, e acho que a mais recente que lembro ouvir deles foi Orange Crush; mas eu curti o boom anos 90.

Losing My Religion foi definitivamente a música que inaugurou a banda na minha vida. Uma música linda, com um clipe maravilhoso, e uma letra que caiu como uma luva pra minha angústia adolescente. Depois dela vieram outras, Man on the Moon, What’s the Frequency, Kenneth? e a linda Everybody Hurts, pra citar as mais famosas (e preferidas).

No dia 15 de novembro (agorinha!) foi lançado o álbum Part Lies, Part Heart, Part Truth, Part Garbage: 1982-2011, com todas as músicas citadas acima mais outras 12 – são 20 no total. Pra quem não conhece e quer conhecer, ou pra quem como eu gosta e queria conhecer mais, as melhores de todas as fases da banda. Super recomendo.

Pra hoje, minha ainda all time favorite. E boa terça pra todos.